Crash!Em cheio!Genial!Brilhante






Banda sugestão: CSS. Clique e leia isso escutando aquilo!


Eu tenho um primo que não é meu primo. Ele é afilhado da minha mãe, mas como nos conhecemos desde piá, preferimos nos considerar como primos. O nome dele é Primo, Primo Chaves. Sempre que nos encontrávamos era merda na certa, ainda bem que não nos encontrávamos com freqüência, já que ele morava na extrema zona norte de Porto Alegre e eu na extrema zona rural sul. Igualmente era um pesadelo para os nossos pais.

Nós estávamos passando alguns dias do verão em Tramandaí , quando resolvemos sair para “explorar” (entenda-se por fazer merda) a praia. Estávamos caminhando e contando mentiras um para outro, coisas do tipo: -“Bah meu, esses dias vi minha vizinha tomando banho.”, quando passamos por uma fábrica aparentemente abandonada. Ali estava o nosso alvo do dia.


Recolhemos umas pedras e apostamos quem acertaria o primeiro vidro. Atirei a primeira pedra que bateu na moldura da grande janela, mas só produziu um estalo seco. Primo tentou a sorte. Crash! Em cheio! Genial! Brilhante!... Corre fiá da mãe!!!

Corremos como uns loucos até o primeiro terreno abandonado. Ficamos lá por uns dois minutos, observamos que a barra estava limpa e partimos para a próxima sessão de ataque.

Minha vez mirei na janela mais alta para não ter erro. Acertei, e logo em seguida veio a segunda pedra do Primo atravessando mais uma vidraça. Crash!Em cheio!Genial!Brilhante!... E mais correria, mais terreno e mais dois minutos. De novo!De novo! De novo!

Terceiro ataque á fábrica, mais dois tiros certeiros que fizeram um barulho enorme naquela fábrica vazia. Crash! Em cheio!Genial!Brilhante!... Dessa vez deixei o Primo correr sozinho. Caminhei até o terreno, já que tinha certeza que a fábrica estava abandonada e aquilo seria o divertimento até a hora do almoço.

Os patetas sempre se ralam, isso é fato. Não seria diferente para mim. Ouvi vozes gritando atrás de mim:- “Pára aí vagabundo!”. Virei e dei de cara com dois homens de roupa preta e tocas correndo na minha direção, estavam com sangue nos olhos. Congelei. Acho que cheguei a me mijar nas calças, não me lembro. Se mijei, secou logo em seguida.

Um alemão que parecia ter uns quatro metros de altura e largura (me dê um desconto, eu tinha 12 anos) me agarrou pelo pescoço e perguntou pelo meu primo. Eu fiquei calado, cagado como um filhotinho. Pensei comigo mesmo que eles iriam nos torturar, bater e depois nos entregar para a polícia. Não deu meio minuto e o outro segurança já estava com o meu primo pelo braço, segurava tão forte que o braço dele quase dava a volta no corpo do Primo. O alemão gigante vendo aquilo gostou da idéia e resolveu trocar o meu pescoço pelo meu braço. Que dor dos infernos!

Me disse o Primo, depois que tudo se acalmou (sim, tudo terminou bem. Estou escrevendo essa história, não?), disse que ele se entregou para não me deixar sozinho, mas sei que ele foi pego pelo outro segurança. Se eu perguntasse isso pra ele hoje, acho que ele continuaria mantendo a sua versão. O ego do homem é realmente indestrutível.

Eu saí gritando com o alemão, disse que meu pai era o maior advogado de Porto Alegre e ele viria me buscar. A resposta do alemão:-“Grandes merda.”. Entramos no terreno da fábrica e ficamos lá por umas duas horas (foram 20 minutos, mas pareceram 2 horas), o Primo com seu jeito mais tranqüilo e maroto foi conversando com os caras e eles viram que a gente não era tão sacana quanto parecia.

Ao término das 2 horas (20 min.), encosta uma viatura da polícia na frente da fábrica e nos leva para o condomínio onde estavam nossos pais. Os "policia" encostaram na frente e desceram com aquela pose que só eles sabem fazer, foi cinematográfico. Mais cinematográfico foi a cara dos nossos pais que estavam fazendo um churrasco. Minha mãe parecia que iria enfartar, e o pai do Primo já estava pensando com o que seria melhor dar um laço nele, e a imaginação do pai dele era bem fértil nessas horas.

No final das contas os nossos pais foram lá pagar os prejuízos e pedir mil desculpas pelo ocorrido. Ser piá é foda. Ser piá de rua é muito foda. Ser piá mangolão... faz parte.


Odeio Camisinha

O primeiro post é sempre uma expectativa enorme em cima do postador, sim, porque se eu pósto eu sou um (in)postor ou postador. Não importa, eu quero mesmo é me expressar, mas para isso devo fazer meu primeiro post. Perder a virgindade blogueira certo?
Agora são 22:30 de uma noite quente em Porto Alegre. O que estou fazendo em casa? Me pergunto a mesma coisa. Acho que esse é o único motivo para alguém criar um blog, estar totalmente sem nada o que fazer ou querer ser cool (ou ser um pega ninguém, que obviamente não é meu caso). Estou sentado assistindo um VT na TV (VT/TV entendeu?) de Inter de Milão e Lazio, com o note do meu pai no colo. Minha mãe disse que leu em alguma das milhares de revistas que ela lê por aí, que ficar com o note no colo pode causar impotência sexual, por isso estou escrevendo o mais rápido possível.
Dizia eu que tenho que me iniciar no mundo dos blogueiros, um bando de geeks ou publicitários que usam roupas de maricas e acham que sabem tudo. Quero deixar bem claro que faço o curso de publicidade, mas não quero ser publicitário. Quero perder minha virgindade do primeiro post, acho que agora já perdi... e foi sem camisinha. Será que tem algum problema?
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